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Habitação para Jovens em Portugal

Desafios e Tendências atuais - um estudo realizado pela CENTURY 21 Portugal

06 Fevereiro 2025

O estudo “Habitação para jovens em Portugal: desafios e tendências atuais”, desenvolvido pela Century 21, revela que a independência habitacional em Portugal varia consideravelmente consoante a faixa etária e que os jovens portugueses precisam de mais anos para se conseguirem emancipar.

Numa altura em que os dados do Banco de Portugal referem que há pelo menos uma década que não havia tantos novos créditos para a compra de casa feitos por jovens, as conclusões desta análise profunda revelam que, ainda assim, ter casa em Portugal continua a ser um percurso cheio de obstáculos.

Os dados apresentados mostram que os jovens dos 36 aos 40 anos, 88,6% vivem de forma independente, enquanto esse número desce para 76,3% entre os 28 e os 35 anos. No entanto, entre os jovens dos 20 aos 27 anos, 49,5% ainda vivem com os pais.

Habitação: sonho da independência esbarra nos desafios financeiros

Entre os jovens que já se emanciparam, 74,8% dos que têm entre 36 e 40 anos alcançaram essa condição há mais de cinco anos. No entanto, para os que ainda não são independentes, o caminho para a emancipação está replecto de desafios.

Quase 65% dos jovens não independentes planeiam emancipar-se no próximo ano ou no seguinte, e outros 45,4% deste grupo atribuem a pontuação máxima (10 numa escala de 0 a 10) ao desejo de independência, com uma média geral de 8,5 pontos.

Preços elevados das habitações (43%) e rendimentos insuficientes (30%) são os principais obstáculos à independência;

Os principais obstáculos à independência são os preços elevados das habitações (43%) e os rendimentos insuficientes (30%). Entre os jovens de 36 a 40 anos, 31% acreditam que só conseguirão comprar casa dentro de 5 a 10 anos, o que reflecte as dificuldades do mercado imobiliário actual.

Este desafio é agravado pela forte concentração da oferta de imóveis em valores superiores a 300.000€, que representam a maior parte das casas disponíveis no mercado. Em Lisboa, essa tendência é ainda mais acentuada, com 59% da oferta nessa faixa de preço, enquanto no Porto o valor é de 56%. No segmento acima dos 300.000€, a tipologia disponível no Porto é o T2 (25%), e em Lisboa, o T3 (26%).

A baixa disponibilidade de imóveis acessíveis é, aliás, um dos factores críticos. Apenas 1% da oferta em Lisboa está disponível abaixo dos 100.000€, e mesmo na faixa até 125.000€, a disponibilidade é praticamente inexistente (1% em Lisboa e 1% no Porto). Essa escassez restringe significativamente as opções para jovens com menor capacidade de financiamento, reforçando a necessidade de políticas públicas que ampliem a oferta de habitação a preços acessíveis.

46% dos jovens optariam pelo arrendamento como forma de emancipação. 32% prefeririam comprar casa com hipoteca;

“Para muitos jovens, sair de casa dos pais significa dar início a uma vida a dois, mas a verdadeira dificuldade não está na vontade de emancipação e sim na conjugação de rendimentos baixos com a instabilidade profissional. Ter uma casa própria e construir um futuro continua a ser um grande sonho para a maioria dos jovens portugueses. No entanto, para muitos, esse sonho tem sido adiado indefinidamente. Este estudo apresenta uma realidade inquestionável: os jovens não desistiram de sair de casa, mas o sistema tem dificultado que consigam atingir esse objectivo de vida”, afirma Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal.

Expectativas vs. realidade: o preço da independência habitacional

Entre os jovens que já são independentes, 59% vivem em arrendamento, enquanto 34% possuem casa com hipoteca. Quase 90% destinam menos de 50% do seu rendimento ao pagamento da habitação, sendo que 42,4% gastam entre 30% e 40% do seu ordenado.

A independência foi alcançada principalmente através de poupanças próprias (49%), mas 22% receberam ajuda dos pais e 23% recorreram a apoios públicos. No entanto, importa ainda sublinhar que 35% dos jovens que tentaram aceder a apoios públicos foram excluídos por não cumprirem os critérios exigidos.

Para alcançar a independência, 84% dos jovens tiveram de renunciar a algo, destacando-se as poupanças para o futuro (42%) e as viagens (37%). Apenas 18% dos jovens independentes consideram que a habitação actual cumpriu totalmente as suas expectativas, sendo o tamanho (30,9%) a principal fonte de insatisfação.

Apenas 24% consideram os benefícios governamentais suficientes, com a maioria a criticar a lentidão e ineficácia dos apoios;

No futuro, 64% dos jovens independentes planeiam mudar de habitação, principalmente os que estão em arrendamento (80%). Destes, 63% preferem mudar-se dentro da mesma cidade, enquanto 25% consideram uma mudança de cidade ou país.

“A escolha de uma casa não depende exclusivamente do preço. Os jovens dão prioridade à proximidade de serviços, à existência de transportes públicos eficientes e à eficiência energética da habitação, atribuindo menos relevância à dimensão do imóvel. O desafio real não é apenas garantir habitação acessível (‘affordable housing’), mas sim condições para um custo de vida sustentável (‘affordable living’). Os apoios à habitação são percepcionados como insuficientes e a solução não pode assentar apenas em apoios do Estado. Se formar família continua a ser um dos principais objectivos dos jovens e a mobilidade é um factor determinante, é essencial criar condições que tornem o dia a dia mais acessível”, explica Ricardo Sousa.

Área Metropolitana de Lisboa: jovens mais independentes, mas menos satisfeitos com a localização

Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), 73% dos jovens são independentes, uma percentagem superior à da Área Metropolitana do Porto (AMP), onde a taxa é de 67%. No entanto, entre os jovens não independentes, apenas 24% planeiam emancipar-se no próximo ano, uma percentagem inferior à do Porto (35%).

O desejo de independência é alto, com uma média de 8,5 pontos numa escala de 0 a 10, e 45,4% dos jovens não independentes atribuem a nota máxima (10) a esse desejo. Os principais obstáculos são os mesmos que a nível nacional: preços elevados das habitações (43%) e rendimentos insuficientes (30%).

Em termos de preferências de habitação, 51,4% dos jovens da AML pretendem permanecer na mesma cidade, enquanto 18% consideram mudar-se para fora do país. A localização da habitação é uma das principais fontes de insatisfação, e 27,6% dos jovens consideram o tempo de deslocação para trabalho ou estudo demasiado demorado.

Área Metropolitana do Porto: maior intenção de emancipação e maior satisfação com o tempo de deslocação

Na Área Metropolitana do Porto (AMP), 67% dos jovens são independentes, uma percentagem ligeiramente inferior à de Lisboa. No entanto, os jovens do Porto mostram maior intenção de emancipação no próximo ano (35%) comparativamente a Lisboa (24%).

O desejo de independência é ligeiramente superior ao de Lisboa, com uma média de 8,6 pontos, sendo que 47,7% dos jovens não independentes atribuem a nota máxima (10) a esse desejo. Os principais obstáculos são os mesmos que a nível nacional: preços elevados das habitações (43,3%) e rendimentos insuficientes (29,5%).

Em termos de preferências de habitação, 60% dos jovens da AMP querem permanecer na mesma cidade, uma percentagem maior do que em Lisboa (51,4%). Apenas 11,5% consideram mudar-se para fora do país, uma percentagem inferior à de Lisboa (18%).

Em Lisboa, os jovens levam mais tempo para chegar ao trabalho ou local onde estudam, o que contribui para a menor satisfação com o tempo de deslocação (72,4%) em comparação com o Porto (77,4%). Além disso, as expectativas em relação à habitação foram mais frequentemente atendidas no Porto (22,2%), enquanto em Lisboa a localização é uma das principais fontes de insatisfação (18,6%).

Necessidade de soluções estruturais e políticas públicas eficazes

Os dados do estudo da Century 21 Portugal revelam que o problema do acesso à habitação é amplamente disseminado, embora esteja a afectar especialmente os mais jovens, que se veem obrigados a emancipar cada vez mais tarde. Embora o pacote de medidas do Governo tenha permitido que os jovens não precisem recorrer a capitais próprios iniciais, o desafio persiste: não há habitações acessíveis em termos de tipologia e preço, compatíveis com os rendimentos nacionais.

64% dos jovens independentes planeiam mudar de habitação, principalmente os que estão em arrendamento (80%), mas 63% preferem permanecer na mesma cidade.

Os desafios para a emancipação continuam a ser significativos, especialmente devido à forte concentração da oferta actual em valores superiores a 300.000€ e à escassez de imóveis acessíveis abaixo dos 125.000€. Essa realidade exige não apenas a modernização da mobilidade urbana e a revisão dos Planos Directores Municipais, mas também a implementação de políticas públicas que ampliem a oferta de habitação a preços alinhados com os rendimentos dos jovens.

“Os elevados custos habitacionais continuam a colocar pressão nas famílias, obrigando muitas a rever critérios de escolha, como localização ou área, para conseguir adquirir ou arrendar habitação”, destaca Ricardo Sousa, acrescentando que os apoios são insuficientes pois o problema é estrutural: “Nenhum banco financia quem não tem um contrato de trabalho e não cumpre com os requisitos de taxa de esforço. Devem ser pensadas soluções de incentivo às empresas na contratação dos jovens e na valorização da força laboral. Para um jovem que já ia comprar casa, as medidas de isenção do IMT, do imposto de selo e emolumentos são apenas uma poupança. A maioria dos jovens que não conseguia aceder, vai continuar a não conseguir.”

Texto Cinza
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